O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a sua tese de que as tramas golpistas não foram atos instantâneos, mas uma cadeia de eventos que começou em 2021. E lembrou que ao longo da investigação foram encontrados arquivos digitais, manuscritos, documentos que comprovam os crimes, segundo a PGR. A insurreição teria começado em 29 de julho de 2021.
“Golpes que se consumam não geram punição dos vitoriosos. Essa tentativa é fato punível descrito em lei.”
Paulo Gonet disse também que Bolsonaro formou organização criminosa para garantir a continuidade dele no poder.
“A organização (criminosa) tinha por líderes o próprio presidente da República e seu candidato vice (Walter Braga Netto)”.
“Durante as investigações foram encontrados manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens reveladores da marcha da ruptura da ordem democrática.”
Em sua sustentação, Gonet disse que manifestantes na frente de quartéis usavam eufemismos para pedir um golpe de Estado e que havia intensa movimentação no entorno de Jair Bolsonaro para levar esta ideia adiante, incluindo tentativa de arregimentar a cúpula das Forças Armadas e redação de documentos para sustentar a ruptura democrática.
“Nos acampamentos [em frente aos quartéis] pedia-se insistentemente uma intervenlão militar ou federal –eufemismos para a ruptura do regime constitucional, ou seja: golpe. O intuito era o de manter a militância acesa, apaixonada e disposta a soluções de violência contra a ordem constitucional”, disse Gonet.
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