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Morre o papa Francisco, aos 88 anos

O papa Francisco faleceu nesta segunda-feira (21/4), aos 88 anos. O pontífice estava em recuperação após semanas de internação para tratar uma bronquite severa, agravada por um quadro de pneumonia bilateral. Ele havia recebido alta hospitalar há cerca de um mês.

O anúncio oficial foi feito pelo cardeal Kevin Farrell, diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano. “Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”, declarou.

Em seguida, o cardeal completou: “Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”.

Um pontificado histórico

Nascido em Buenos Aires, na Argentina, Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro latino-americano a assumir o papado, em março de 2013, após a renúncia de Bento XVI. Escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de simplicidade, paz e cuidado com os pobres.

Filho de imigrantes italianos, Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936. Chegou a se formar em química, mas optou pela vida religiosa aos 20 anos. Ingressou na Companhia de Jesus em 1958 e foi ordenado sacerdote em 1969. Em 1992, tornou-se bispo auxiliar de Buenos Aires, depois arcebispo em 1998 e cardeal em 2001, nomeado por João Paulo II.

Últimas aparições públicas

Apesar da saúde frágil, Francisco manteve uma rotina ativa até os últimos dias. No domingo (20/4), apareceu na varanda da Basílica de São Pedro e fez um apelo emocionante por paz e desarmamento. “Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento”, disse, alertando para os riscos da corrida armamentista global.

Nos dias anteriores, recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, e visitou uma prisão em Roma, como parte dos compromissos da Semana Santa. Mesmo sem realizar o tradicional rito do lava-pés, fez questão de estar presente: “Rezo por vocês e por suas famílias”, disse aos detentos.

Em março, o papa havia cancelado sua participação na Via-Crúcis no Coliseu, mas conseguiu celebrar a missa de Páscoa dias depois. Já em fevereiro, ficou internado por mais de um mês no hospital Gemelli, em Roma, tratando uma grave pneumonia. A recomendação médica era de pelo menos dois meses de repouso.

Saúde e desafios

Desde jovem, Francisco enfrentou problemas de saúde, incluindo a retirada parcial de um pulmão. Nos últimos anos, passou a usar bengala ou cadeira de rodas, devido a dores nos joelhos e outras complicações. Em 2023, foi internado para cirurgia de hérnia e lidou com episódios recorrentes de bronquite.

Legado e memória

Em sua autobiografia lançada em janeiro deste ano, Francisco relembrou episódios marcantes de sua trajetória — da infância em Buenos Aires à escolha como papa. “Lembro-me dos meus pecados e sinto vergonha. Sou um pecador”, escreveu. O livro também revelou que ele escapou de atentados durante uma visita ao Iraque, em 2021.

Ao longo de seu pontificado, Francisco se destacou por defender causas como a justiça social, o acolhimento de imigrantes, o cuidado com o meio ambiente e a reforma da Igreja. Foi um papa que tocou o mundo com simplicidade, proximidade e firmeza nos princípios do Evangelho.

Sua primeira viagem apostólica, em 2013, foi ao Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro — um momento marcante para milhões de fiéis ao redor do mundo.

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Marcelo Aprígio

Jornalista pela UFPE. Foi repórter de política e economia no Jornal do Commercio e editor de conteúdo do Portal NE10/UOL. DRT 7839/PE.
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