O último Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC) mostra que, em 2023, havia mais de 1,7 milhão dos alunos matriculados na educação especial, com quase 63% no ensino fundamental. É um contingente maior que em 2019, quando havia 1,25 milhão. Mesmo com esse crescimento, cerca de 94% dos professores não têm formação para atender esse público, ainda segundo o MEC. São estudantes com deficiências físicas ou intelectuais, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação, entre outros.
Com o aumento no número de alunos com necessidades especiais e a pequena proporção de professores aptos a atender esse público, é crucial a especialização desses profissionais, garantindo o direito constitucional à educação. Afinal, é um direito universal e a educação inclusiva pressupõe o convívio de todos os estudantes nos mesmos ambientes de ensino, sem discriminação. Segundo o especialista em metodologias ativas, Mário Gouveia, é importante conhecer e desenvolver processos pedagógicos, considerando a singularidade da aprendizagem das pessoas, suas necessidades e o convívio no ambiente escolar.

Metodologias ativas na educação inclusiva
“As metodologias ativas apresentam-se como estratégias de ensino para despertar nos alunos um aprendizado autônomo e participativo, a partir da apresentação de problemas e situações reais, cuja solução demande o estímulo ao pensamento, à iniciativa, ao debate, à partilha de saberes e ao trabalho em conjunto, responsáveis pela construção de conhecimento”, acrescenta o mestre em Ciência da Informação e também coordenador da Pós-Graduação em Educação Inclusiva e Metodologias Ativas do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão.
Conforme Mário Gouveia, nessa especialização, os profissionais aprendem técnicas de ensino ativo para aplicar com os alunos com necessidades especiais. Algumas delas são sala de aula invertida, gamificação e Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), focando no protagonismo dos estudantes. “A inclusão exige estratégias flexíveis, como as metodologias ativas, que personalizam o ensino. Por exemplo, a gamificação pode motivar alunos com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), enquanto a sala de aula invertida permite ritmos distintos de aprendizagem”, exemplifica.
DiferenciaisA formação conta com 18 disciplinas, que tratam de temas como tecnologias educacionais e neurociência, incluindo visitas a espaços educacionais e projetos práticos, e um corpo docente qualificado. O curso tem carga horária de 360 horas, com encontros quinzenais aos sábados, de 8h às 12h e de 13h às 17h. Mais informações no site.
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