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Coluna Plural (06/10): Favorita nas pesquisas, Marília não garante espaço na chapa de João Campos

Mesmo aparecendo à frente em todas as pesquisas para o Senado em Pernambuco, Marília Arraes continua sendo uma escolha incerta dentro da Frente Popular. Aliados admitem que o nome da ex-deputada é forte nas urnas, mas difícil de encaixar na engenharia política que o bloco tenta montar para 2026.

A prioridade do grupo hoje é consolidar uma chapa majoritária com partidos de maior estrutura, em torno da candidatura de João Campos ao Governo do Estado, movimento que tende a deixar Marília novamente de fora (outra vez).

Embora detenha um capital eleitoral considerável, Marília chega a esta altura sem mandato e sem um partido que lhe garanta sustentação. O Solidariedade, legenda pela qual disputou o Governo em 2022, tem pouca expressão política e escassa presença nos municípios, o que reduz o seu poder de negociação. A lembrança de duas derrotas consecutivas — uma para João Campos em 2020 e outra para Raquel Lyra em 2022 — também pesa nas avaliações internas, reforçando a percepção de que seu nome, apesar de popular, não tem hoje a mesma força política de bastidor.

Outro fator que gera resistência é o parentesco com João Campos. Dentro da Frente Popular, há quem veja a presença de Marília como um elemento de ruído, capaz de reabrir feridas políticas e criar desconforto em um grupo que tenta se apresentar unido em torno de um projeto estadual. Além disso, partidos estratégicos para a aliança — como PT, MDB e Republicanos — já se movimentam para garantir espaço na chapa majoritária, o que limita ainda mais as possibilidades de inserção da ex-deputada.

Ainda assim, ninguém ignora o peso que Marília carrega junto ao eleitorado. Seu nome tem recall, apelo popular e forte identificação com o campo lulista. Esses atributos mantêm viva a lembrança de que ela pode ser decisiva na corrida ao Senado, caso consiga um espaço real dentro da Frente Popular. Mas, se o cenário atual se mantiver, o caminho mais provável é outro: disputar uma vaga na Câmara dos Deputados e preservar o capital político que, até hoje, a faz permanecer como uma das figuras mais lembradas da política pernambucana. Daí, sua irmã, a deputada federal Maria Arraes, tentaria a Alepe.

Dosimetria – Relator do projeto alternativo à anistiados condenados pelo 8 de janeiro, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) trabalha para levar o tema à votação ainda nesta semana na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o texto pode ser votado na quarta-feira (8).

Expulsão – O União Brasil deve se reunir também na quarta-feira (8) para analisar um processo disciplinar que pode levar à expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, da sigla. O procedimento foi aberto no último dia 30 e acusa Sabino de desrespeitar orientações partidárias, como o ultimato da legenda para a entrega de cargos no governo Lula (PT).

Home office – O deputado Luciano Bivar (União) levou ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), um pedido para que parlamentares com mais de 80 anos possam votar remotamente, pelo aplicativo Infoleg, como ocorreu durante o período da pandemia da Covid-19.

Elogios – O ex-governador de São Paulo João Doria afirmou que a filiação da governador Raquel Lyra ao PSD contribuiu para a legenda ser uma das maiores do país e elogiou a pessedista por ser “uma boa gestora, com a sensibilidade que tem, até pelo fato de ser mulher ela tem uma vocação natural para os temas mais sensíveis do estado.”

Para refletir – Em 2026, Marília será protagonista ou apenas mais uma lembrança das pesquisas?

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Marcelo Aprígio

Jornalista pela UFPE. Foi repórter de política e economia no Jornal do Commercio e editor de conteúdo do Portal NE10/UOL. DRT 7839/PE.
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