O centrão mostrou mais uma vez que, quando o assunto é poder, ele não hesita em mirar no governo, ainda que o tiro acerte o povo. Ao retirar da pauta e deixar caducar a Medida Provisória que aumentava a arrecadação do governo, os deputados do bloco e a oposição aplicaram um golpe direto não apenas em Lula, mas no bolso e no futuro dos brasileiros. A MP previa a taxação dos super-ricos e buscava equilibrar as contas públicas, algo essencial para garantir investimento em políticas sociais e serviços básicos. Mas o que se viu foi o contrário: a velha política, de conchavos e chantagens, prevalecendo sobre o interesse coletivo.
A derrota do governo nesta quarta-feira (8) não foi um episódio isolado, mas o retrato de uma armadilha institucional que o país insiste em repetir. O Brasil vive sob o domínio de um Congresso que se tornou senhor absoluto do orçamento, capaz de colocar qualquer presidente de joelhos. É o “Feitiço de Áquila” da política brasileira: todos os governos estão condenados à minoridade no Parlamento, reféns do poder de barganha do centrão, que não governa, mas manda. E, enquanto isso, as urgências do povo seguem no fim da fila.
Ao impedir a correção proposta pela MP, os parlamentares votaram contra o equilíbrio fiscal e contra a justiça tributária. O que está por trás dessa decisão é simples e cruel: garantir que o país arrecade menos para que o governo tenha menos capacidade de investir em políticas públicas. A lógica é enfraquecer o Executivo, limitar programas sociais e preservar privilégios de quem vive no topo da pirâmide. A pequena parcela muito rica, que deveria contribuir mais, continua blindada, e o Congresso, em vez de enfrentar essa desigualdade, atua como seu escudo.
O resultado é que o Brasil perde duas vezes: perde o povo, que deixa de ver políticas e obras saírem do papel, e perde o governo, que fica cada vez mais refém de um Congresso que governa sem assumir responsabilidade. O centrão opera com precisão cirúrgica: finge defender o país, mas o que protege são seus próprios interesses. Quando a política vira refém de quem lucra com o caos, o povo é quem paga a conta (e, desta vez, o preço é alto).
Certame – O Governo de Pernambuco publicou, nesta quinta-feira (9), no Diário Oficial, o edital do Concurso Público Unificado de Pernambuco (CPU-PE). A seleção, organizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC), oferece 460 vagas em cargos de níveis médio e superior, distribuídas entre nove órgãos estaduais. As provas estão marcadas para os dias 14 e 21 de dezembro de 2025.
Martelo batido – O pré-candidato a deputado estadual Felipe Martins oficializou sua filiação ao Podemos durante um encontro com o prefeito de João Alfredo, Zé Martins, e o presidente estadual da sigla, Marcelo Gouveia. A chegada de Felipe ao partido reforça o projeto de ampliação das bases do Podemos em Pernambuco, que tem atraído novas lideranças regionais com foco nas eleições de 2026.
Transporte – O aumento do prazo para integração temporal, de 2 para 3 horas, no transporte público do Grande Recife está mais perto de se tornar realidade. Na quarta (8), o Projeto de Lei 2388/2024, de autoria do deputado Sileno Guedes (PSB), foi aprovado na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, a principal da Assembleia Legislativa (Alepe).
Pronera – Uma nova liminar proferida nesta quarta-feira (8) suspendeu o edital nº31/2025 do Centro Acadêmico do Agreste (CAA), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Caruaru, que destinava 80 vagas de Medicina ao público do Pronera, isto é, assentados e quilombolas.
Para refletir – Por que taxar os super-ricos assusta tanto quem vive da política?
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