A recente foto do deputado federal Eduardo da Fonte (PP) ao lado do senador Humberto Costa (PT) repercute nos bastidores da política pernambucana, especialmente entre a bancada evangélica do Progressistas, partido liderado no estado pelo deputado.
Segundo apurou o Blog Plural, o registro, divulgado nas redes sociais, “pegou muito mal” entre os principais nomes do núcleo cristão. Sob reserva, aliados próximos afirmam que alguns deputados “não digeriram bem a imagem” e enxergaram o gesto como um sinal ambíguo num momento de intensa definição política para 2026.
“Ninguém fala em sair do partido, mas há um consenso de que jamais apoiariam o PT ou qualquer candidatura associada a esse campo”, revelou uma fonte com trânsito entre os parlamentares.
O mal-estar também se estendeu a outros membros do conselho cristão da legenda, que tentam minimizar o episódio publicamente e alegam que o encontro “não teve conotação eleitoral”. Nos bastidores, contudo, a leitura é outra.
O PP é considerado o principal berço dos evangélicos na política pernambucana, seguido por PL e Republicanos. Por isso, qualquer aproximação com o PT gera ruídos internos, especialmente em um momento em que o Conselho Cristão tenta se consolidar como referência em pautas ligadas à família, valores cristãos e liberdade religiosa.
O Conselho foi anunciado oficialmente no dia 25 de agosto, durante evento no Recife, com a presença de Dudu da Fonte e do segundo-secretário da Câmara, Lula da Fonte. O núcleo é liderado pelos deputados estaduais Adalto Santos, Romero Sales Filho, Pastor Júnior Tércio e Pastor Cleiton Collins, e conta ainda com Clarissa Tércio, Michele Collins e Alef Collins como expoentes da bancada evangélica do PP.
O grupo se apresenta como um núcleo de articulação de projetos de lei, incentivo a ações sociais e formação de políticas públicas alinhadas à fé e aos valores morais.
Embora mantenham o silêncio público, parlamentares do conselho têm reforçado internamente uma posição firme à direita. Pessoas próximas relatam que muitos deles afirmam, de forma categórica, não apoiar candidatos do PT em nenhuma esfera.
Mesmo tratada oficialmente como um gesto institucional, a foto de Dudu e Humberto acendeu um alerta dentro do campo evangélico do partido. E, ainda que o grupo evite qualquer movimento de ruptura, o episódio expôs tensões ideológicas que a Federação União Progressista terá de administrar até o próximo ciclo eleitoral.
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